No primeiro momento em que se aprende a usar a imaginação também se inicia a descoberta e exploração de novos lugares.
Ainda que para muitas pessoas a realidade de alguns destes locais poderá ser posta em causa por não se enquadrar no que lhes foi ensinado, a meu ver numa derradeira análise tudo o que realmente existe é EXPERIÊNCIA e aquilo que se aprende com ela, independentemente da solidez ou não solidez de algo e se é perceptível para apenas uma ou mais pessoas.
À medida que percorro vários territórios, cada um com sua própria identidade, sou capaz de ouvir seus sons que retratam histórias humanas num rio de tempo que se estende de tal forma no espaço, que obviamente apenas um pouco de suas histórias se revela.
Porém há algo sobre a natureza da relação entre nós humanos e os lugares que sempre me intrigou.
Diversas experiências são vividas e com o correspondente moldar do nosso interior, como resultado o nosso sentir dos locais também se modifica. É incrível como o mesmo território nos pode fazer sentir em casa e num outro instante nos rejeitar como se fossemos expulsos ou não pertencessemos á sua natureza.
Em tempos pensei que esta relação era com os espaços, mas tal como uma criança que se torna Homem e ganha uma nova visão da vida, de igual modo a minha perspectiva se modificou e hoje sei que o sentir dos espaços se deve muito mais ás pessoas com quem se cria uma ligação e não tanto ás qualidades fisicas do local que se habita.
Não deixa de ser irónico que no momento presente me sinta "em casa" no mesmo local onde outrora me senti um estranho.
O motivo?
Bem, este fica como meu segredo mas apenas acrescento que a certa altura o Universo me falou baixinho ao ouvido e disse - "Eu nunca abandono nenhuma das minhas criações e para cada Sol existe uma Lua companheira".
By: Ricardo Amaral