Há algo de estranho no padrão de acontecimentos recentes, pois em parte se assemelham a uma espécie de déjà vu mas com personagens diferentes.
Não posso dizer nem saber se o desfecho será algo positivo ou não, mas estaria a mentir se dissesse que não estou preocupado...há uma sensação interior que de tempos em tempos emerge como se fosse um fantasma de algo longínquo e que persiste em aparecer, quando tudo aparentemente se encaminha para o desejado.
Num vaguear da mente me questiono se será algo de origem kármica, algum aspecto demasiado distante no tempo para o alcance da minha memória e daí a falta de compreensão dos porquês... mas que ainda assim acontecerá independentemente da minha vontade.
Tenho vindo a observar o desenrolar das histórias como alguém que possui, ao mesmo tempo, um pé no palco e outro na plateia. Alguém que assistiu demasiadas vezes o mesmo espetáculo e que deseja assistir a algo completamente novo.
Em inúmeras ocasiões me questionei se seria o criador das ondas da minha própria história, mas desta vez a corrente do rio é demasiado forte para se remar contra.
Desta vez vou-me deixar levar pelo ondular da corrente e quer o destino me leve a uma cascata de precipício fatal ou a uma margem de praia paradisíaca, desta vez a minha escolha será de fluir com a corrente.
É difícil de responder se realmente tenho alguma escolha, mas sinto-me melhor por pensar que sou eu que a faço...
Ao chegar a este ponto da escrita, me apercebo que este será provávelmente um daqueles textos que não fará sentido a ninguém, com a excepção para quem o está a escrever.
Porém a razão da existência destas palavras se deve a motivos pessoais, uma conversa comigo mesmo...com a ilusão de que a plateia se encontra vazia.
by: Ricardo Amaral