quinta-feira, 15 de abril de 2010
O Filme Que Todos Queriam Ver
Naquela altura encontrava-me numa outra configuração "física", numa outra civilização e planeta, que em tudo era um distinto mundo de existência quando comparado com o de então...
Circulava pelo espaço e entre contactos civilizacionais o rumor de uma grandiosa experiência a ocorrer num quadrante da Via Láctea, mais concretamente num planeta a que os habitantes locais chamavam de Terra, e cujo resultado final modificaria a maneira como a vida se expressa no presente universo...era como um filme que ninguém queria perder.
Eu era conhecido como Silver Eyes o magnifico escultor de galáxias e arquitecto de Wormholes, o grande viajante entre mundos...e com tal natureza obviamente que os ventos cósmicos me transportariam para o mencionado planeta.
Porém o motivo da viagem não se prendia só com a experiência em primeira mão, mas também trazia comigo o propósito de modificar o próprio "filme" em que eu era apenas uma, entre muitas, contribuições que viriam... num plano que desafiava grandes mentes do cosmos e considerado por muitos de destino fracassado.
Enquanto esperava no corredor de luz pelo momento oportuno para entrar nesta realidade, algo em mim me dizia (talvez a voz interior da experiência e sabedoria) que este não seria o tipo de filme que se vê três, quatro vezes por ser mágico e agradável... ironicamente o plano passaria precisamente por um processo desta natureza, por motivos difíceis de explicar mas que se prendiam com o baixar de vibração molecular, o perder de memória da minha origem para possibilitar o genuíno compreender das dificuldades, perspectivas e modos de vida dos habitantes presentes.
Já na sala de cinema a ver o filme e tal como a minha intuição me indicava, muitos foram os que não suportaram a natureza do filme e saíram a meio da sessão... para quem não compreende a experiência do que chamam morte, este "abandonar de filme a meio" é visto como um luto pelos que ficam, mas na perspectiva dos que relembram é apenas um voltar à origem sem nada a temer.
Um longo mergulho num mar de loucura em que é necessário conter a respiração para não endoidecer é a imagem que me ocorre para descrever a jornada neste mundo... agora compreendo o porquê de alguns acreditarem que o plano orquestrado seria um fracasso.
Contudo, a legião de criadores de luz não conhece barreiras no que é capaz de criar e manifestar e esta acaba por ser uma jornada com lições para muitos, dentro e foram da sala de cinema.
O Filme Que Todos Queriam Ver é uma história que à primeira vista ronda os contornos de ficção científica e no entanto, é algo de comum e com pouco de ficção para quem navega conscientemente o mar de oportunidades e mundos que habitam o Cosmos.
Mas para cada alma há o momento oportuno para descobrir a sua origem ancestral, em que a diferença entre uns e outros está apenas na velocidade a que este relembrar é feito.
Ricardo Amaral